domingo, 29 de julho de 2007

esses vegetais

sambar, sambar, sambar...
eis o nosso destino.
faz muito frio na minha cela, nas estrelas que avançam pelas janelas, com grades, invólucros de vidro
parar de pensar porque sabe, é tudo uma questão
uma questão
então
não resolva, assim, adie
amar não se tem culpa
viver sim
e há filmes e há músicas e há trabalho e há respeito
e há doenças e há pessoas chatas
e ausências
mas sabe, tanto faz, não, pra quê se aborrecer
o que a gente é, se bicho, se coisa, se energia, se uma variação da bosta
se um ser elevado aprisionado num corpo
sabe, isso não tem a menor importância
porque
me esqueço de tudo quando me olhas
se isso é instinto, talvez, se é subterfúgio para sobreviver, possível
mas ai
como gosto
que me olhes e rias, que me toques e infame inocentemente me guies para onde não quero ir
dar as mãos à tua inocência, que esconde mortal veneno
veneno
cuspo veneno, cheiro veneno, bebo veneno, me enxágua com veneno, faço gargarejo
com veneno
essa é a minha natureza.
se chegas muito perto
te beijo com veneno
e aí
meu bem
agonia.