quinta-feira, 10 de maio de 2007

ai que pressa presa de mim predadora

Sou apressada sim, humanamente apressada. Impaciente, coração saliente. Teorias e mais teorias, conselhos sábios ou moralistas, ignoro. Porque no fim o humano sangra, o humano pulsa. Porque o humano é um animal dentro de mim. Tenho comichão no peito, porque o animal renasce a cada verso. E os pêlos me brotam no coração, pelos lados de dentro. Sinto me coçar o sangue. O sangue arterial cheio de venenos, sai venoso de o nomearem assim, cheio de pêlos espinhosos, pica-me as veias por dentro. Espinhos que vão purificar-me envenenando de relatividade cada méson que lá no fundo sou. Quarcks e anti-quarcks, o quanto a gente é dual. Me rotulam humana. Vivo numa casinha de bonecas em que tudo é rótulo, só que é uma história tão sublime, de fazer chorar os anjos. E a mente, que é um domínio selvagem. São os impulsos nervosos ou os átomos de carbono que guardam os instantes? São os anjos da guarda ou os caídos que guardam os amantes? A idade de um amor é medida em Carbobo 14. É carbobo, bobo mesmo. Não sei; o que é sabido já dizia Einstein: os instantes carregam a eternidade, você é que não consegue viajar à velocidade da luz. Tem eternidade dentro da minha cabeça, impulsos e mais impulsos, de infinitos tempos fractais diluídos em fotografias. Einstein ou Eisenstein, o instante eterno da luz e da fotografia cinética. Meu cérebro são cactus. Meu imaginário lodoso e pedregoso, com bolhas em que guardo flores intactas. Energia que no fundo sou. Não entende? Pense. Pense mais. E mais. Que animaliza-se. O fim de tudo é o simples. Não se complica, se sai da circunferência que traçam em volta. Oras, até sua infinitude transformamos em múltiplo de pi. Isso é que é simples. Ou simplório. Se faço o que não penso, arrependo-me com cara de animal travesso. De gato que subiu na mesa. De fera que estraçalhou o fruto do seu útero. De bebê leão abocanhando a mãe doente. A mata. Eu com a boca cheia de sangue manchando a integridade sobre a pele. Que não existem. E as carnes de meus queridos ainda nos dentes. Dentes e unhas me brotam por dentro, espetam-me os órgãos, hemorrágica danço uma dança tribal sem consciência. Tudo, porque a vida. Essa, não é a minha. Quando cheguei já estava assim, será que é culpa minha. Que em mim têm carbonos dos primeiros homos, que têm as fantasias sexuais simples dos selvagens nos meus sonhos. Eu cheguei e me viraram do avesso, por isso por dentro me gelo, por fora me aqueço. Por dentro me lembro, por fora me esqueço. Entendeu?

11 comentários:

principesca disse...

é, vc não sabe mesmo o que é "alinhamento justificado"...

principesca disse...

Bem, eu mesma vou criticar meu próprio texto. Um puta fluxo de consciência que ninguém entende porra nenhuma, grande merda, esse blog devia se chamar sambandonamerda, não era pra rasgar o verbo e o caralho, agora vem com essas putarias egoístas, cantando e sambando na merda de sapato branco.

Lucas Afonso disse...

isso foi, foi..não sei como explicar.
As vezes tenho medo de comentar no pérolas aos porcos. Sabe, tem dias que eu acho que estou escrevendo para você. Parece que só você faz leitura dos meus textos.
Bom, ainda não sei como explicar o que senti ao ler seu texto, nem pretendo tentar por enquanto.

Linhas do desassossego disse...

"Eu cheguei e me viraram do avesso, por isso por dentro me gelo, por fora me aqueço. Por dentro me lembro, por fora me esqueço"

Simplesmente demais!
qualquer cometário é pura ousadia.
Arrebatador!

abração.

principesca disse...

Wagner, incógnito:
Como não consigo acessar seu perfil, respondo aqui mesmo. Se puder diga o nome do seu blog, eu posso até estar comentando nele e não saber. Obrigada pelo comentário. Fico feliz em receber incentivos assim. Abraço!

robson.junior disse...

estarrecedor... seja lá o que isso quer dizer em qualquer dicionário ou língua!!
escolha um significado.
eu escolhi pela sonoridade do que sinto agora após essa estarrecedora leitura!

Acéfala disse...

Uma acéfala é incapaz de comentar o recente conteúdo desse blog.
Como todos os outros aqui presente, fujo dessa responsabilidade! E continuo admirando pessoas que têm facilidade de se expressar e ao mesmo tempo serem misteriosas.

Linhas do desassossego disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Linhas do desassossego disse...

ah, sim como vc teve dificuldade de acessar meu perfil, olha aí o endereço de meu blog:
www.wagnermarques.blogspot.com

abração!

Somoneta disse...

bueno isto e un pelin dificil de enteender...
pasabame a verdade e que foi frusta¡rante..
un bikiño

dfatori disse...

Comentário tardio, apesar de ter lido (provavelmente) no dia original do post:
Achei muito bom seu comentário do dia 12/5 14h40. Sempre penso em escrever algo assim nos meus textos, por isso achei até engraçado.
Esse texto é um exemplar perfeito de um gênero chamado pelos especialistas secretos de "fluxo de consciência enigmática e semialeatória de conteúdos que deslizam para fora do inconsciente sem nenhum tipo de proteção e que podem ou não causar confusão mental no leitor se ele mesmo não for adepto desse tipo de escrita".
Nunca espere críticas desse tipo de escrita, porque os críticos geralmente são amaldiçoados eternamente quanto tentam algo.
Esses textos são como portas que não deveriam ser abertas.

Posso lotar sua caixa de e-mail e seus comentários ;)

Carol, um beijo.