sábado, 2 de junho de 2007
MINADO
Pensando sobre esse jogo, o campo minado, diversão ou vício a que me entrego incondicionalmente quando quero esvaziar o balde de água suja da minha cabeça, eu descobri. Meu coração, meu coração é um campo minado. Mas meu coração é tão pequeno. Então é como se todas as bombas estivessem praticamente no mesmo lugar. Explodem, arrebentam-me o peito, mas já têm outras onde não sei, explodem de novo porque eu, nunca acerto onde pisar, que não tenha bombas. Eu tento a lógica aristotélica, mas há as situações indecidíveis, em que é preciso escolher um ou (exclusivo) outro quadradinho. Sempre escolho o errado. Mas será o errado pisar nas bombas? Não o será fugir delas? Sei lá. Vou jogar porque a segunda-feira é longe, e quem sabe a terça, porque ninguém não tenho que ninguém não quero a não ser, porque nunca se sabe onde vai dar a vida, se a gente vai se assassinar. Ah. Pinga a gota de vinho. Uma perplexidade diante de uma coisa que aconteceu rápido e não assim, escorrendo aos poucos. Uma perplexidade diante da incerteza, incerteza que é mais para fim. Na lógica paraconsistente, seria a região de quase-falsidade tendendo à inconsistência, talvez. Cara, eu acho que um dia desses, não sei, não sei onde vai parar o meu juízo. Porque tudo aconteceu e agora, a vida quer te esmagar de novo, não restando à minha degustação nem um pedacinho. Eu, prefiro ao rolo compressor, as minhas bombas.
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