se eu te peço socorro, é porque há um hospital num teu canto escuro
com que topei na hora de me embriagar com mais um desejo
que me fizesse esquecer a incurabilidade dessa falta de senso.
É porque há uma espécie de entorpecente na tua boca
É porque há a mesma carência no teu sexo
e nas minhas compulsões por endorfina e queijo
engraçado, quaisquer não satisfazem.
Talvez se eu comesse, literalmente, a tua carne.
Depois viria uma culpa estranha por ter aniquilado um universo que eras
E uma dor de estômago não maior que esta que na alma sinto
Por não saber o que é alma.
Mas o canibalismo não resolve
Porque a fome não é do aparelho digestivo.
É alguma fome que nasce na cabeça, ou assim se pensa
E eu te penso, incrédula
?
terça-feira, 19 de junho de 2007
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4 comentários:
Um hospital...
Que supra as necessidades extra físicas.
FAZ-SE necessário. URGENTE!
Belas palavras, como sempre! Parabéns, garota.
Ah, quanto ao seu comentário lá no "explorando o vazio", ninguém se anulou, apenas cedeu um pouco depois de ser cativada. As convicões permaneceram intactas ;)
desejos, dores e doses.
tava vendo um lance no discovery que dizia que havia uma tribo canibal que devorava os mortos pra esvaziar a proria morte... ou algo assim. valeu pela visita e pelo comentário. belo texto. agora vou lá no outro blog. pra que tanto blog?
Estava pensando que sua poesia é selvagem. Intensa. Quase real.
E o tema do devorar persiste. Não?
Beijos pra vc ;)
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