quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

sambando - sufocado por pérolas

Isso tudo anda meio largado, o que significa que ando meio com medo, ando meio feliz demais para voltar a esse mundo negro que me desperta as sensações ruins, ui. Ou como diria minha vó, fui. É certo que há um lamaçal gigante em que poderia sambar, sapatear bonito, nesta época do ano. Nesta cidade de que saí para voltar e olhá-la como amante que deixou a amiga. E agora olha para ela e diz: é ordinária, mas como está bonita!
Deus me livre de virar escritora que imita o Dalton, então é melhor parar. É uma tentação, porque as coisas aqui são realmente de cair o queixo, e só o Dalton relata isso, mais ou menos. Tinha o Marcos Prado também. E não dá para me comparar com eles.
Até hoje não sei, eu queria que este blog aqui, o sambando, tivesse um estilo meio definido, mas virou um depósito de qualquer merda, essa é a verdade. Os textos caprichados escrevo pros dois outros agora. E às vezes repito aqui, como coisa que aqui houvesse leitores assíduos que não podem perder o texto, como coisa que o texto fosse bom. Eita.
Acho que já me exauri por hoje. Falta do que fazer é uma merda, é muito fácil querer se meter a escritor quando o tempo abunda (queria inventar um cacófato com abunda mas... ei isso foi um cacófato! hahaha). Ou quando você pensa que, pois na verdade tem uma pá de coisa para fazer. Mas escrever parece mais nobre, aquela coisa. Preguiça pura. Sabe, às vezes acho que eu sou boa mesmo é pra inventar nomes de blogs. Não, sério, esses nomes são bons pra caramba, fico relendo e só pensando, puxa, que nomes. Eu para dar nome aos blogs, o Guimarães para dar nome aos bois! Eu não vou publicar isso, vou? O bom é que ninguém lê essa merda. Ô liberdade de expressão. Eu podia confessar um crime aqui e nunca seria descoberta hehe. Odeio usar giriazinhas de internet. Odeio boa parte das coisas que faço, enfim, sem novidades. A verdade é que odeio ser uma escritora ruim. Porra. Queria ser boa. Escritora sabe, com meus livros e tal. Ai, ai, sul-americanazinha besta, vai lavar suas meias e calcinhas, vai. (ódio) Descontar minha raiva no tanque. Quer saber, isso é o que dá não ter amigos, mas é o caso da Tostines já, não tenho amigos porque sou assim, ou sou assim porque não tenho amigos? Tinha um amigo, foi pra puta que pariu. Eu não vou é ver ninguém, quer saber, esses dias em Curitiba. Vou ler. Senão, como é que posso reclamar de solidão? Isso é vício, tá louco. Mas que texto horrível. Mas eu vou publicar, sim, admitir que sou uma bosta nisso. Hum... no fundo acho até que não está de todo mau! Não tem conserto! Ah e a fonte chama-se trebuchet, porque trebuchet é engraçado, lembra estrebuchei. ha - ha - ha. Só eu ri agora.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

RITUAL

Ouça. Pousa um copo de vidro no chão de madeira. A taça entre dois corações de vidro sentados na cama. Ela, vidro moído, gosto de vômito na boca, cospe na taça. A deposita no chão, num gesto de passagem. A ele. Vidro colado, vício entre os dedos, traga maquinalmente, depositando a cinza no copo. Ouça. Por vezes o copo não vai ao chão, dançando das mãos dele às dela, alternando entre esta resignação e aquela. Ouça. A cidade no silêncio da madrugada de sábado e essa conversa ensurdecedora através do copo. Ela cospe na cinza. Passa-lhe o copo. Ele bate o cigarro na borda. Como se com a cinza quisesse enterrar as humilhações dela. Som da taça de vidro no chão de madeira. É de um eco tão alto. De um quarto dentro de um apartamento dentro de um aglomerado de gente e luzes, a cidade, dentro de um outro aglomerado maior e outro até que se descubra o fim. A cidade ouve o cigarro que ouve a cidade na boca do copo. O cuspe calado na boca da noite transborda os bueiros. Nenhum vivente pode dormir nessa hora. Porque o ruído dos corações de vidro é uma enxurrada de silêncio que acorda e carrega. Sentados na cama, jaquetas de couro, calos nas almas, cuspe e cinza carícias depositadas no copo nesse absurdo diálogo, nesse perfeito entendimento. Ela respira vômito e de tudo o que não conseguiu expelir, junto com o vinho tenta, aos poucos, livrar-se cuspindo no copo. Cuspe dela. Copo no meio. Cinzas dele. Não do cigarro que bate sistemática e inexoravelmente. Mas cinzas do morto de dentro dos óculos, de dentro das estrelas, cinzas do morto que o habita. Ela cospe a cinza inanimada, como se com a saliva quisesse fazer voltar o vidro à vida. Madeira no chão de vidro, vidro nas mãos de cêra. Por um instante que ninguém percebe, já não se diferenciam noite e dia, cuspe e cinza, homem e mulher, tudo tudo nesse sistema confunde-se. Ele sente o vômito na boca. Ela a fumaça no peito. Foi o silêncio, o silêncio responsável por todos os milagres. E dentro do copo uma criaturazinha se forma, com garras em ganchos, orelhas pontudas, escamas na pele, 3 fileiras de afiados dentinhos. Rostinho tão diabólico, risadinha tão macabra. Amor, o bichinho capaz de corroer os corações de vidro.

domingo, 14 de outubro de 2007

poemasemnome

No teu cheiro há uma viagem de balão para um céu com nuvens de
algodão doce
E pétalas de chuva.
Tuas mordidas são bilhetes do metrô para o paraíso
De que compro só idas.
Tua chupada me eleva a um mundo em que somos vapores de música
Acres e quentes.
Da tua saliva águas de lascívia entram-me pelas mucosas
águas da tua saliva que meu desejo fazem borbulhar.

No teu olhar há tiros de metralhadora
Além de arpões envenenados com gosto do teu sêmen, com cheiro do
teu sexo, com sons dos teus gemidos
E assim me abates
E assim me deito ao teu lado
Para essa morte inesperada da minha lucidez.

Me toca entre os dedos faz-me teu cigarro
Me traga até que eu envenene teus pulmões e tua alma
Me bebe, faz-me tua cachaça, teu vinho, teu whisky barato
Quero te tontear te embriagar te enrolar a língua
Te dar idéias geniais.

Afunda-me afoga-me no poço do vício em que me enredaste
E ri.
Refúgio essa risada a sair da tua boca, embriagar os mosquitinhos no ar
Que sob teu comando, vêm me picar
vetores dessa paz desassossegada
De sumir comida em tua boca, sumir te cravando as unhas
Caroline sumir da face da Terra
Na Terra não procurem nessas horas
Enquanto me comes
Estarei pra lá de todos os mundos possíveis
Nas entranhas dos fractais que não são visíveis
senão no arrepio de quando me fazes gozar.

domingo, 29 de julho de 2007

esses vegetais

sambar, sambar, sambar...
eis o nosso destino.
faz muito frio na minha cela, nas estrelas que avançam pelas janelas, com grades, invólucros de vidro
parar de pensar porque sabe, é tudo uma questão
uma questão
então
não resolva, assim, adie
amar não se tem culpa
viver sim
e há filmes e há músicas e há trabalho e há respeito
e há doenças e há pessoas chatas
e ausências
mas sabe, tanto faz, não, pra quê se aborrecer
o que a gente é, se bicho, se coisa, se energia, se uma variação da bosta
se um ser elevado aprisionado num corpo
sabe, isso não tem a menor importância
porque
me esqueço de tudo quando me olhas
se isso é instinto, talvez, se é subterfúgio para sobreviver, possível
mas ai
como gosto
que me olhes e rias, que me toques e infame inocentemente me guies para onde não quero ir
dar as mãos à tua inocência, que esconde mortal veneno
veneno
cuspo veneno, cheiro veneno, bebo veneno, me enxágua com veneno, faço gargarejo
com veneno
essa é a minha natureza.
se chegas muito perto
te beijo com veneno
e aí
meu bem
agonia.

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Para onde

O que acontece que a vida se extingue
Ficam perguntas
Para onde vai?
O que era, para ir-se com tanta facilidade?
A nossa fragilidade
A do nosso corpo
Que leva junto a alma, imaginação, universo abismo profundo
Um minuto viva
Outro coisa
Mole
Os braços sem movimento
Se pegam sua mão e levantam, cai
Boneca.
Antes liberdade, sonhos, olhos brilhando
Agora
Uma coisa como esta garrafa d’água ou esta mesa.
Onde está?
E onde estamos
Todos nós continuamos
Somos indivíduos ou uma espécie
Hoje
Não mais sabemos.
E a falsa sensação de controle desaparece
Porque a vida é de um poder absoluto
Não se recorre, não se arrepende
Quando é ela que se coloca à sua frente
E muitas perguntas para os que não a conhecem
Vida, morte, nomes diferentes para a mesma força
Perguntas
Vale a pena ficar de frescura?
Brigar, não ligar, sentir rancor?
Se um dia ela leva para não sei onde
Uma ilusão de vida da gente?

terça-feira, 19 de junho de 2007

hospital

se eu te peço socorro, é porque há um hospital num teu canto escuro
com que topei na hora de me embriagar com mais um desejo
que me fizesse esquecer a incurabilidade dessa falta de senso.
É porque há uma espécie de entorpecente na tua boca
É porque há a mesma carência no teu sexo
e nas minhas compulsões por endorfina e queijo
engraçado, quaisquer não satisfazem.
Talvez se eu comesse, literalmente, a tua carne.
Depois viria uma culpa estranha por ter aniquilado um universo que eras
E uma dor de estômago não maior que esta que na alma sinto
Por não saber o que é alma.
Mas o canibalismo não resolve
Porque a fome não é do aparelho digestivo.
É alguma fome que nasce na cabeça, ou assim se pensa
E eu te penso, incrédula
?

quarta-feira, 13 de junho de 2007

sublimação

Só suspiro, é só ar agora aquele desejo que já não me queima viva a memória da tua boca e quase, por pouco não esqueci o verdor dos olhos, a temperatura da pele que me ferveu o sangue borbulha agora num só ponto central do obscuro peito. Essa distância embalou meu desejo em pacote de ar, em ar que me adentra e extirpo das ventas. Toda uma euforia sufocada em calma sem amanhã.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

os dias. ponho dentro de um saco e arrasto. são tantos os trapos que os dias arrastam pelas ruas quando faz esse frio. os trapos são que a vida arrasta novos mundos para dentro deles para fora de nós. cada trapo, cada fedor, cada gosto de piolho, cada pé rachado, são uma outra versão de mim. por isso colorindo as unhas ensaboando os cabelos perfumando o pescoço e arrancando os pêlos, sou a fuga do refugo, sou a negação do inevitável, sou a morte carregada de flores, sufocada de flores, insuportavelmente asfixiada de flores cheirosas. deixa-te ficar no escuro de uma caverna às custas do nosso calor, deixa-te criarem odores na pele provenientes dos nossos fluidos em profusão, nunca mais saia de dentro da caverna escura do ser e dá-me abrigo, e dá-me as impurezas que produz o teu suor na tua humanidade, quente, despido de perfumes, sabonetes ou shampoos. meus dias liberto para que sigam bêbados teu perfume.

sábado, 2 de junho de 2007

MINADO

Pensando sobre esse jogo, o campo minado, diversão ou vício a que me entrego incondicionalmente quando quero esvaziar o balde de água suja da minha cabeça, eu descobri. Meu coração, meu coração é um campo minado. Mas meu coração é tão pequeno. Então é como se todas as bombas estivessem praticamente no mesmo lugar. Explodem, arrebentam-me o peito, mas já têm outras onde não sei, explodem de novo porque eu, nunca acerto onde pisar, que não tenha bombas. Eu tento a lógica aristotélica, mas há as situações indecidíveis, em que é preciso escolher um ou (exclusivo) outro quadradinho. Sempre escolho o errado. Mas será o errado pisar nas bombas? Não o será fugir delas? Sei lá. Vou jogar porque a segunda-feira é longe, e quem sabe a terça, porque ninguém não tenho que ninguém não quero a não ser, porque nunca se sabe onde vai dar a vida, se a gente vai se assassinar. Ah. Pinga a gota de vinho. Uma perplexidade diante de uma coisa que aconteceu rápido e não assim, escorrendo aos poucos. Uma perplexidade diante da incerteza, incerteza que é mais para fim. Na lógica paraconsistente, seria a região de quase-falsidade tendendo à inconsistência, talvez. Cara, eu acho que um dia desses, não sei, não sei onde vai parar o meu juízo. Porque tudo aconteceu e agora, a vida quer te esmagar de novo, não restando à minha degustação nem um pedacinho. Eu, prefiro ao rolo compressor, as minhas bombas.

quinta-feira, 10 de maio de 2007

ai que pressa presa de mim predadora

Sou apressada sim, humanamente apressada. Impaciente, coração saliente. Teorias e mais teorias, conselhos sábios ou moralistas, ignoro. Porque no fim o humano sangra, o humano pulsa. Porque o humano é um animal dentro de mim. Tenho comichão no peito, porque o animal renasce a cada verso. E os pêlos me brotam no coração, pelos lados de dentro. Sinto me coçar o sangue. O sangue arterial cheio de venenos, sai venoso de o nomearem assim, cheio de pêlos espinhosos, pica-me as veias por dentro. Espinhos que vão purificar-me envenenando de relatividade cada méson que lá no fundo sou. Quarcks e anti-quarcks, o quanto a gente é dual. Me rotulam humana. Vivo numa casinha de bonecas em que tudo é rótulo, só que é uma história tão sublime, de fazer chorar os anjos. E a mente, que é um domínio selvagem. São os impulsos nervosos ou os átomos de carbono que guardam os instantes? São os anjos da guarda ou os caídos que guardam os amantes? A idade de um amor é medida em Carbobo 14. É carbobo, bobo mesmo. Não sei; o que é sabido já dizia Einstein: os instantes carregam a eternidade, você é que não consegue viajar à velocidade da luz. Tem eternidade dentro da minha cabeça, impulsos e mais impulsos, de infinitos tempos fractais diluídos em fotografias. Einstein ou Eisenstein, o instante eterno da luz e da fotografia cinética. Meu cérebro são cactus. Meu imaginário lodoso e pedregoso, com bolhas em que guardo flores intactas. Energia que no fundo sou. Não entende? Pense. Pense mais. E mais. Que animaliza-se. O fim de tudo é o simples. Não se complica, se sai da circunferência que traçam em volta. Oras, até sua infinitude transformamos em múltiplo de pi. Isso é que é simples. Ou simplório. Se faço o que não penso, arrependo-me com cara de animal travesso. De gato que subiu na mesa. De fera que estraçalhou o fruto do seu útero. De bebê leão abocanhando a mãe doente. A mata. Eu com a boca cheia de sangue manchando a integridade sobre a pele. Que não existem. E as carnes de meus queridos ainda nos dentes. Dentes e unhas me brotam por dentro, espetam-me os órgãos, hemorrágica danço uma dança tribal sem consciência. Tudo, porque a vida. Essa, não é a minha. Quando cheguei já estava assim, será que é culpa minha. Que em mim têm carbonos dos primeiros homos, que têm as fantasias sexuais simples dos selvagens nos meus sonhos. Eu cheguei e me viraram do avesso, por isso por dentro me gelo, por fora me aqueço. Por dentro me lembro, por fora me esqueço. Entendeu?

quinta-feira, 26 de abril de 2007

por favor não usem isso contra mim no tribunal

O SONHO QUE TIVE ESSA NOITE SÓ COMPROVA QUE NINGUÉM CONHECE NINGUÉM E NEM TAMPOUCO CONHECEMOS A NÓS MESMOS. NÃO CONSIGO, POR MAIS QUE VASCULHE MEUS PENSAMENTOS, DESCOBRIR ALGUMA COISA QUE PUDESSE SER UM INDÍCIO PARA ME PROVOCAR ESSE SONHO. ISSO ME OBRIGA A QUASE ACREDITAR NA SIMBOLOGIA DO INCONSCIENTE E AQUELA COISA TODA. O FATO É QUE SONHEI QUE EU MATAVA PESSOAS E DEPOIS (CENA QUE FOI BEM CLARA NO SONHO) ARRANCAVA SUA PELE COMO SE ARRANCA A PELE DE UM FRANGO, DESPREGANDO-A DA CARNE. DEPOIS, DO MESMO JEITO QUE COM UM FRANGO, ARRANCAVA A CARNE, DESPRENDENDO-A DOS OSSOS (NO SONHO EU FAZIA ISSO COMEÇANDO PELO ROSTO E PASSANDO DEPOIS PARA OS BRAÇOS ETC.). E NÃO SENDO SUFICIENTE, EU SABIA QUE IRIA COMER AQUELA CARNE, ESTAVA PREPARANDO PARA FRITAR OU COZINHAR E TAL. QUANDO COMEÇAVA A DESOSSAR A SEGUNDA PESSOA, ME DEU UMA CONFUSÃO MENTAL, SENTEI-ME COM MINHA MÃE NA MESA DA COZINHA DA CASA EM QUE MOREI ATÉ OS 10 ANOS E COMECEI A EXPLICAR-LHE O QUE EU FAZIA, DIZENDO: "MÃE, VOCÊ ESTÁ ENTENDENDO? EU MATO PESSOAS! PARA COMER!" EU ESTAVA REALMENTE PASMA E CONFUSA, EM UM DILEMA, AO MESMO TEMPO QUE SABIA QUE AQUILO TINHA DE SER FEITO, ERA COMO PEGAR UM ÔNIBUS, IR TRABALHAR, UMA COISA NATURAL, DE REPENTE ME DEI CONTA DO HORROR DO QUE EU FAZIA. A ÚNICA COISA QUE POSSO FAZER É PROCEDER A UMA INTERPRETAÇÃO MALUCA MEIO JUNGIANA MEIO FREUDIANA MEIO MÍSTICA. SE ALGUÉM TIVER SUGESTÕES AGRADEÇO.

terça-feira, 24 de abril de 2007

sonhos de carol

Sonho: Eu havia voltado a trabalhar no LACTEC. Havia dúvidas sobre a minha função, uma vez que eu não poderia ser mais estagiária por já ter me formado. Interessante isso nos meus sonhos, eu sempre sonho com o presente mais atualizado possível, mas inúmeras vezes com situações do passado, nesse caso, uma situação que me trazia segurança. Sei que no sonho pensava seriamente na necessidade de ter um carro, porque o deslocamento seria enorme... Mas em sendo um sonho meu rsrsrs (esfregando as mãos) começam as esquisitices. Em uma sala do LACTEC (acho eu porque nada é lá muito confiável em meus sonhos quem dirá o espaçoo em que se realizam) encontrei um indiano. O rapaz estava deitado dentro de uma espécie de balcão (sim dentro, o balcão não tinha tampo) e tinha cabelos negros um pouco grandes e um pouco armados, um rosto moreno e uma enorme boca de lábios carnudos. Sei lá, gostei desse indiano. Mais que de repente eu já estava na rua, mais espewcificamente na praça Rui Barbosa, e lá estava o indiano dormindo na rua em cima de uma espécie de caixa, e diga-se cheirando mal. Conversei com ele, seus cabelos eram realmente lindos, pareciam os do cabelos meu ex-marido, bem pretos e brilhantes. Tive vontade de convidá-lo para ir à minha casa, tomar um banho e dormir. Mas preferi dar uma desculpa (na realidade ela era em parte verdadeira, eu disse que estava indo trabalhar, e estava, mas não a noite toda, eu iria dar aula e voltar pra casa) e não chamá-lo. Mas enfim como ele parecia bem satisfeito ali na rua e bem sorridente e simpático, não me senti culpada. Talvez eu já esteja conseguindo dizer não para os cabelos pretos... Ai ai estou uns meses sem terapia, estou devendo, na verdade, e quando a psicóloga liga, eu não atendo. Mas quer saber, estou me sentindo melhor. Vou ter coragem de publicar? Bom, este, é um blog que não vinga, mesmo.

sábado, 14 de abril de 2007

um blog que não vinga

Puta, que coisa, essa merda aqui não vinga mesmo. Mas sabe lá, pode ser que as pessoas lêem e não se sentem bem em comentar. Como se no outro comentassem muito. Enfim, comentando ou não, eu não quero merda de blog nenhum para criar um círculo de pessoas que olham e comentam diariamente (na verdade queria, vai) então que seja.
Quero o blog porque... eu também quero falar, eu também quero ouvir, quero ter certeza de que não há só a mediocridade que me cerca em toda a extensão da terra. Porque, puta terrinha medíocre essa cidade aqui. Mas enfim, dizem que em outras cidades as pessoas são diferentes, como eu não fico passeando muito por outras cidades, vale passear pela "cidade dos sonhos", a internet. Aqui, todos são bonzinhos, queridos, amáveis, desejam paz e luz para a humanidade e se você está com um problema, todos torcem por você. Claro, é fácil, é cômodo você torcer por mim sentada na sua cadeira e vendo vídeos idiotas e muito engraçados no youtube. E paquerando alguém que você nunca vai conhecer, pura e simplesmente porque você não quer. Aqui na "terra do nunca" todo mundo é poeta (tem uns e umas que são de verdade, até assusta encontrar um) e todo mundo repete aquela frase que libera em mim a pulsão de morte(ao contrário e para fora de mim em direção ao repetidor da frase): "O que eu posso fazer pra te ajudar?". Sabe, eu responderia "olha, traga-me aqui em casa umas 10 pessoas, de qualquer tipo, desde que bebam comigo e comam o meu macarrão; ou então leve-me pra passear no parque, jogue vôlei comigo, discuta o Kafka comigo mas não aí atrás dessa tela!" Merda, eu ando tão sozinha e a culpa é só minha.Estou necessitando explodir. E como nota de repúdio não vou permitir comentários! ihuuuu

quinta-feira, 29 de março de 2007

Triste cumpleaños Curitiba

Eu poderia desandar a falar mal de Curitiba, e com razão. Poderia desandar a falar mal da humanidade, e com razão. Mas todo mundo sabe como é a humanidade e logo, como é Curitiba. Ademais quero falar de um tipo de costume por aqui, a cidade do melhor transporte coletivo do Brasil, sil, sil.
Então, em sendo o melhor transporte coletivo do Brasil, sil, as pessoas só andam de ônibus. Eu mesma passo dentro deles umas 5 horas por dia. Pra ver como eles são agradáveis. Ultimamente têm musuquinha, quem dera quedar-me sola num ônibus desses, ouvindo o Barbeiro de Sevilha feito por programa de computador. Tirando todas as pessoas, que mais parecem animais quando adentram esses veículos. Mas a coisa mais triste, deprimente, realmente miserável, é flertar no ônibus. Naquela situação, valha-me Deus! Você em pé, sendo esmagada, suada, cabelos desgrenhados, mal podendo segurar-se e às suas mil bolsas, quando um sujeito de gel no cabelo e walkman no ouvido pensa que flerta com você! E o pior é que por alguma razão inexplicável você nhão consegue deixar de olhar para o dito cujo, o tópico machão mal-educado que, ao invés de querer flertar naquela situação ridícula lançando olhares sedutores (ele assim os considera), bem que podia dar seu lugar, está sentado o infeliz, confortavelmente enquanto eu de pé desde as 6 da manhã. Podia ao menos pedir para segurar a bolsa. É, nessas horas minha gente é olhar a lua lá fora se não estiver nublado.
Então são 314 anos sambando na lama! Literalmente, a lama é muita em "Muitos Pinheiros". De tupi-guarani, ficou só o nome?

terça-feira, 27 de março de 2007

lado negro

já que este é meu lado negro... tenho que fazer constar. O único sentido que eu encontrei até hj pra vida é negar suas imposições! Quem não vai contra a correnteza, quem se deixa levar pela maré... bem, isso não é pra minha alma, eu estou viva! Eu nego até o sol que brilha lá fora se eu quiser!

sambar na lama

não sei que vcs pensam que seja sambar na lama. pra mim, e poder escrever errado, ignorar totalmente as regras gramaticais e escrever bobagens com total confiança. É.
Essa noite tive um sonho. É, fase sonhos agora. Sonhei que eu ia ganhar uma grana para substituir um professor que ia viajar, folgado, na páscoa, mas de repente descobri que substituiria uns 5 professores, os quais deixaram seus gizes dentro de uma bacia de água para mim(gizes que eram envolvidos em uma embalagem, parecendo aquelas canetas-borracha). Quando descobri isso as luzes se apagaram e fiquei morrendo de medo, porque sabia que alguém estava me perseguindo. Apesar de não vê-lo sabia que era meu chefe na escola. Mais que depressa eu abri uma janela que encontrei entreaberta e pulei, corri para a casa em que morava quando era criança, e no sonho ao chegar na casa eu tinha voltado ao passado, e tinha 8 anos.
Que coisa perfeita esse sonho.

segunda-feira, 12 de março de 2007

fracasso

É, parece mesmo que esse blog aqui não vai vingar...
Mas é pra isso mesmo que ele existe! Para ser o marginal! O bem é que posso escrever o que quiser, ninguém lê essa porra mesmo!

quarta-feira, 7 de março de 2007

nem quente nem frio

Há uma passagem da bíblia em que Deus orienta a não ser morno...
"oxalá fosses quente ou frio, mas és morno, e por ser morno, vomitar-te-ei de minha boca"
Eu tento obedecer. Ser extremos. Ao me sentir morna, tenho ânsias.
Ignorar ou obcecar, ser ou não ser, matar ou viver.
Não necessariamente excludentes.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

vazio

vazio. minh'alma hoje.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

É pra rasgar o verbo. Caralho.


É, eu tenho o perolasaosporcos que é um blog mui lindinho de poesia. Como sou muito metódica, não quero misturar as coisaas e criei sambandonalama para textos em prosa, coisas mais imediatas, diarréias vocabulares diárias. Boa sorte para quem lerá! Não esqueça de ter à mão um saquinho para vômito toda vez que vier me visitar.
"A lama secou? Cuspa nela. Se for preciso sambar sobre o próprio vômito, não hesite."